Os modelos substituem ícones pequenos e difíceis de acessar por mãos trêmulas por outros maiores e com funções mais simples. Há ainda botões para chamadas de emergência que acionam com um toque familiares cadastrados e rastreadores que indicam a localização do usuário do aparelho. A NTT DoCoMo, principal operadora japonesa de telefonia móvel, foi a primeira a lançar um smartphone para idosos em parceria com a Fujitsu.
Os modelos chamados "raku-raku" (fácil-fácil, em japonês) têm as principais funções destacadas em ícones grandes na tela principal do aparelho. Os ícones mudam de cor quando selecionados e, se forem apertados continuamente durante algum tempo - o que poderia resultar na exclusão de um aplicativo na maioria dos smartphones - emitem um alerta vibratório para confirmar a operação.
Além de letras e números maiores, o smartphone também tem tecnologia para amplificar o volume do áudio. FUNÇÕES Outro modelo, o 204SH, foi lançado em maio pela SoftBank, terceira maior operadora de telefonia móvel do Japão. A tela touchscreen do modelo foi programada para responder quando um dedo é firmemente pressionado contra a tela, evitando erros no acesso por mãos com pouca firmeza.
A tela tem uma espécie de lupa para aumentar o que está escrito e a maioria dos funções é acessível pelo comando de voz. No Reino Unido, a fabricante Emporia, presente em 30 países, fez uma pesquisa em parceria com a Universidade de Cambridge para entender como os mais velhos usam seus celulares e se especializou em desenvolver smartphones para a terceira idade. Os smartphones vêm com teclas bem grandes e botões de emergência, além de sensor de queda, que dispara uma ligação para um contato pré-configurado caso detecte algum movimento brusco.
Há também modelos focados nas mulheres e até para idosos praticantes de esportes - a prova d?água e mais resistentes. No Brasil, onde o crescimento da base de smartphones é recente, são raros os modelos feitos para idosos. A Gradiente foi uma das poucas a lançar um celular para esse público, chamado Safe Phone, com teclas maiores, botão de pânico que faz chamadas emergenciais e rastreador GPS.
PROJEÇÕES Considerando-se as projeções futuras, esse cenário deve mudar. Atualmente, há 24,85 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil, que representam 12,6% da população. Até 2060, porém, a proporção de idosos no País vai crescer 3,6 vezes e chegar a 58,4 milhões, ou seja, 26,7% da população.
Nos Estados Unidos, uma pesquisa da Nielsen divulgada em junho aponta que a adoção de smartphones por norte-americanos entre 55 e 64 anos dobrou no último ano, embora o grupo permaneça tendo menor adoção do produto (42%). As fabricantes já estão atentas para essa tendência e inserindo funções específicas para os idosos em seus pacotes de ferramentas de acessibilidade. "Temos uma preocupação não só com públicos diferentes, mas também com a acessibilidade. Queremos mudar a forma das pessoas interagirem com o celular", diz Renato Arradi, gerente de produto da Motorola.
A empresa, que em setembro lançou no Brasil o modelo Moto X, diz que o aparelho tem funções como comando de voz e navegador Google Chrome sincronizado com o computador, que possibilitam ao usuário enviar um SMS para um contato diretamente do seu computador, que facilitam o uso pelos usuários mais velhos. Já a fabricante BlackBerry oferece opções de melhoria de áudio e aumento de tamanho de fonte no seu celular.
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