A ONU quer combater a discriminação contra os idosos que ocorre, principalmente, no mercado de trabalho.
O assunto foi debatido, nesta quinta-feira, durante a quarta sessão do grupo de trabalho sobre o envelhecimento. O foco da reunião deste ano foi o direito das pessoas idosas.
Discriminação
Em entrevista à Rádio ONU, o diretor-adjunto do escritório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, em Nova York, Vinícius Pinheiro, falou sobre o problema.
"Em primeiro lugar, a questão da discriminação é fundamental. Não há sentido hoje, por exemplo, de se adotar medidas que serão discriminatórias ao emprego das pessoas de maior idade. É fundamental (a implementação de) políticas para melhorar a percepção em relação à políticas de discriminação no trabalho."
Pinheiro disse ainda que entre as medidas propostas pela OIT estão leis e campanhas de utilidade pública para proibir a discriminação contra os idosos em relação ao emprego.
Treinamento
Ele falou também sobre a importância do treinamento em todas as etapas da vida. Na sua opinião, no mundo atual acabou a história de que as pessoas treinam ou se formam e começam a trabalhar.
O diretor-adjunto da OIT disse que a formação deve acontecer durante todas as etapas da vida, inclusive nas mais avançadas.
Dois outros pontos citados por Pinheiro foram a flexibilização das condições de trabalho para os idosos e um sistema de previdência social adequado.
Ele rebateu também a ideia de que a mudança da idade limite para a aposentadoria poderia tirar o emprego dos jovens.
"O fato de uma pessoa estar se aposentando mais tarde não quer dizer que ela esteja roubando uma vaga de uma pessoa que está entrando no mercado de trabalho. Porque, geralmente, uma vaga que se abre para uma pessoa que se aposenta, ela se abre já no topo da carreira profissional e uma pessoa que entra no mercado de trabalho, entra no começo."
Aposentadoria
Pinheiro disse ainda que a visão da aposentadoria tem que mudar. Por causa da tecnologia atual, pode-se aumentar a vida útil profissional da pessoa de uma forma que não se tinha no passado.
Ele falou que a OIT defende uma transição flexível e que a passagem para a inatividade seja tênue e suave. Segundo Pinheiro, deve ser feita uma adaptação das condições para que os idosos possam realizar novas tarefas.
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