Pesquisadores buscam os marcadores do envelhecimento




Rugas e pressão alta não são boas candidatas para resolver o problema, pois podem ser influenciadas por outros fatores

Nova York, EUA. Qual a velocidade com que você está envelhecendo? Não procure calculadoras online de “idade biológica”. Elas se concentram em fatores de risco para doenças e pouco dizem acerca do envelhecimento normal, o processo lento e misterioso que transforma crianças em coroas.

Na verdade, os cientistas ainda estão caçando marcadores biológicos de idade que sejam registros confiáveis da velocidade com que o processo transcorre. Candidatos aparentemente óbvios não servem. As rugas, por exemplo, costumam ter mais a ver com a exposição ao sol do que com o passar dos anos. Indicadores como aumentos relacionados à idade na pressão sanguínea são igualmente problemáticos, sendo muitas vezes confundidos por fatores não relacionados ao envelhecimento.

Biomarcadores. Recentemente, no entanto, pesquisadores identificaram marcadores particularmente bons da cobrança efetuada pelo tempo, em grande medida escondidos nos nossos organismos. Os biomarcadores propostos para o envelhecimento ainda não venceram, de modo convincente, obstáculos como prever o período de vida remanescente de uma pessoa de meia-idade de maneira mais exata do que faz a idade cronológica, conta Richard A. Miller, gerontólogo da Universidade de Michigan. Contudo, surgiram alguns provocativamente reveladores.

Em um estudo de 2010, Miller e colegas analisaram registros médicos de 4.097 mulheres coletados ao longo de duas décadas, a partir de quando estavam com 60 anos, para separar 13 fatores que melhor previssem a mortalidade futura por causas diferentes.

Estranhamente, a sensibilidade ao contraste – mensurada pelo exame da capacidade de o olho captar imagens sombreadas bastante iluminadas contra panos de fundo brancos – estava entre os mais preditivos dos 377 fatores avaliados. De acordo com a conclusão do estudo, em conjunto, 13 fatores “caracterizam a apresentação clínica do envelhecimento saudável” em mulheres idosas.

Mais recentemente, novas tecnologias que podem detectar milhares de modificações moleculares nas células associadas à idade se destacaram na caçada pelo biomarcador.
Neste ano, Kang Zhang, diretor fundador do Instituto de Medicina Genômica da Universidade da Califórnia, e colegas de San Diego relataram que um tipo de relógio molecular do envelhecimento está embutido em nosso genoma cuja velocidade pode ser medida pelo exame de sangue.

Segundo os cientistas, os homens parecem envelhecer em média 4% mais rápido do que as mulheres, o que pode explicar em grande medida por que a expectativa de vida das mulheres ultrapassa a dos homens em 6% em âmbito mundial.

“Ainda estamos longe de ter um diagnóstico para o envelhecimento biológico”, disse Trey Ideker, chefe de genética da Universidade da Califórnia, campus de San Diego, e um dos autores do estudo, ao lado de Zhang. “Todavia, isso abre a porta a uma nova abordagem empolgante” do problema

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