ENVELHECIMENTO, SINÔNIMO DE JOVIALIDADE


Parece-nos contraste visual, ou até mesmo literário o assunto deste artigo. Evidentemente, que o envelhecimento está condicionado a uma degenerescência natural e paulatina das células, tendo em vista o longo tempo de vitalidade das mesmas na formação biológica da estrutura do corpo humano. Faz parte do ciclo da vida do reino animal. Logicamente, por sermos mortais todos passaremos por este estágio, ainda que busquemos recursos para prolongar mais alguns anos de existência. Mesmo assim é ponto final, isto é, todos se não morrermos antes, estaremos inclusos nesse processo metamorfósico.

Em tempo não muito longe era considerado idoso a partir dos 50 anos de idade. Aqueles que atingissem os 70 anos restariam apenas canseira e enfado, segundo ensinamento contido nas Sagradas Escrituras. Hoje, o setentão é semelhante àquele que outrora possuía 50 anos. Há uma explicação para tudo isto. 

A medicina através de estudos científicos na composição de novos medicamentos tem sido responsável pelo aumento de anos na vida das pessoas. No passado, o sedentarismo tornava o indivíduo prisioneiro, não permitindo a prática mínima de exercícios físicos, deixando os obesos como resultante do comodismo que dominava a vontade da criatura humana. Lembram-nos as campanhas expostas à mídia, no sentido de despertar e conscientizar a todos para os perigos causados pela obesidade e suas consequências patológicas.

Saber envelhecer é tão importante, quanto usar vestiário adequado para participar de uma festividade, ou assistir a um ato solene. O homem, à medida que se aproxima do crepúsculo da vida, deverá ter consciência do seu estado atual e do futuro bem próximo, que tornar-lhe-á nova criatura nos seus aspectos biopsíquicos, considerando o enfraquecimento dos tecidos e células do seu corpo.

É nesta fase do cotidiano que cada um de nós deverá antes de mais nada maestrar com equilíbrio e inteligência a imensa orquestra que surge aos nossos olhos para poder, com certeza, arrancar do público os aplausos justos e verdadeiros. É questão de conscientização, ou até mesmo de formação familiar.

O homem, ao envelhecer, deverá não esquecer o pensamento filosófico de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. É este conhecer que conduzirá com equilíbrio e prudência o ser humano a um patamar esclarecedor para dirimir dúvidas e enfrentar as vicissitudes que certamente haverão de surgir na nova faixa etária a ser vivida.

Velhice não é caduquice, nem muito menos enfermidade. É, sim, energia, bem-estar, saúde, experiência e cultura. Diz o sacerdote acima do oitentão: “Introibo ad altare Dei. Ad Deum qui laetíficat juventutem meam”. “Subo ao altar do meu Deus. Do Deus que alegra minha juventude”. A juventude não se mede pela aparência, porém pela espiritualidade. Da mesma maneira que o hábito não faz o monge, nem a toga, o magistrado.

Portanto, envelhecer não é final de carreira, muito menos o apagar da lâmpada cuja luminosidade ainda mantém incandescente a sua luz. O envelhecimento com saúde e sabedoria serve como paradigma para enfrentar os óbices que aparecem, objetivando dificultar a consecução das metas do ciclo vital da natureza a que estamos humanamente vinculados, onde todos nós, hoje ou amanhã, passaremos.

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