PORTUGAL:Sofia Duque uma lição de vida sobre o envelhecimento Velhice é um privilégio com qualidade de vida
. O mais importante é a idade biológica
. Médicos não estão sensibilizados ao nível da geriatria
. Bebés nascidos no ano 2000 vão chegar aos 100 anos
Sofia Duque, numa palestra na Biblioteca Municipal do Barreiro, recordou que Portugal está na cauda dos países onde registando-se um aumento da esperança de vida, tem vindo a registar-se um aumento dos anos de incapacidade dos idosos.
Na sua opinião, “é preciso reflectir” sobre esta realidade de forma a “diminuir os anos de incapacidade”.
Uma palestra subordinada ao tema "Como lidar com os idosos do séc.XXI - dicas e estratégias", com a participação de Sofia Duque, médica, especialista em gerontologia, foi promovida pelo Centro Social Paroquial Padre Abílio Mendes, integrada no programa evocativo do 60º aniversário da morte daquele que esteve na base da sua criação – Pe Abílio da silva Mendes, pároco do Barreiro de Janeiro de 1932 a 23 de Fevereiro de 1953, altura em que faleceu.
Bebés nascidos no ano 2000 vão chegar aos 100 anos
Sofia Duque, na sua palestra, começou por considerar a realização desta iniciativa dado que – “não é habitual a proximidade entre o Hospital e a comunidade onde estão os idosos”.
Recordou que “o envelhecimento da população portuguesa é uma realidade”, quer devido à diminuição da taxa de natalidade, quer devido ao aumento da esperança média de vida.
Sublinhou que todos nos tempos actuais ganhámos mais 6 horas por dia e referiu que os bebés nascidos no ano 2000, nos países desenvolvidos vão chegar aos 100 anos.
Envelhecer é um privilégio
Na sua opinião, existe formada, “uma visão errada de envelhecimento”, sendo associado a velhice as ideias de – “tristeza, solidão, demência, incapacidade, inutilidade e encargo económico”.
Esquecemos que – “muitos idosos vivem momentos de felicidade”.
Recordou que foram – “os idosos que construíram o mundo que vivemos”, por essa razão, “respeitar os idosos é respeitar o nosso futuro”.
“Envelhecer é um privilégio” – salientou Sofia Duque.
O mais importante é a idade biológica
Sofia Duque, alertou para o facto que- “há medida que envelhecemos aumenta o risco de doenças crónicas”, mas, é necessário referir que “não há nenhum idoso igual a outro”.
Podem existir idosos com a mesma idade, deu exemplos, pessoas com 85 anos, que podem ter perante a vida atitudes e vivências diferenciadas.
“A idade só por si não é a causa de incapacidade e dependência” – sublinhou.
“O mais importante não é a idade cronológica, o mais importante é a idade biológica” – referiu.
“Não devemos pensar na idade, mas nas reservas fisiológicas que o individuo tem” – sublinhou Sofia Duque, acrescentando que – “ser dependente não significa ser infeliz”.
Velhice é um privilégio com qualidade de vida
Sofia Duque, recordou que Portugal está na cauda dos países onde registando-se um aumento da esperança de vida, tem vindo a registar-se um aumento dos anos de incapacidade dos idosos.
Na sua opinião, “é preciso reflectir” sobre esta realidade de forma a “diminuir os anos de incapacidade”.
Porque, sublinhou “a velhice é um privilégio quando é vivida com qualidade de vida”.
“É necessário preservar e promover a qualidade de vida” – referiu, acrescentando que “não é fazer que as pessoas cheguem aos 100 anos”, é sim, “promover um envelhecimento bem sucedido”.
Médicos não estão sensibilizados ao nível da geriatria
Sofia Duque, expressou a opinião que “os médicos não estão sensibilizados ao nível da geriatria”, porque “quando pensam os idosos, pensam em doenças e numa lista de doenças”.
“Os problemas valorizados pelos profissionais de saúde, nem sempre são os problemas que os idosos têm” – sublinhou.
Autonomia nas actividades da vida diária
“A capacidade do idoso depende fundamentalmente da sua autonomia nas actividades da vida diária” – referiu Sofia Duque.
Nesse sentido considerou essencial que todos aqueles que profissionalmente acompanham os idosos devem apostar em – “promover a autonomia do idoso” e “não o substituir”.
Sublinhou que perante o idoso existem um conjunto de sintomas que influenciam a sua vida, e, perante o idoso é essencial manter o “respeito”, a “tolerância”, valorizar a sua “dignidade” e “tranquilidade”, desenvolver a “empatia” e respeitar o seu “tempo”, porque o idoso tem que ter “todo o tempo do mundo”, por isso é preciso saber “esperar”.
Tudo o que fazemos no dia-a-dia implica pensarmos
Sofia Duque, encerrou a sua palestra, focando problemas da «demência» - “a doença degenerativa do cérebro”. que pode ser o «Alzheimer» ou »Demências vasculares».
Os problemas de demência podem aumentar com a idade, referiu, “mas não faz parte do envelhecimento”.
Recordou sintomas que podem sinalizar a doença, nomeadamente, muitos dos quais, muitas vezes não damos atenção e limitamo-nos a referir «è da idade”.
Referiu “as queixas de falta de memória”, as “dificuldades na linguagem”, a “falta de memória”, a “dificuldade de aprendizagem”, as “ideias delirantes” e as “alterações de comportamentos”.
Sublinhou que – “tudo o que fazemos no dia-a-dia implica pensarmos”.
Sofia Duque, salientou que – “envelhecimento não é sinónimo de demência”.
Nunca esquecer o afecto
Recordou que “não há tratamento para a maioria das demências”, pode existir medicação que atenua.
Nesse sentido, considerou que é essencial para um idoso, promover estímulos cognitivos através das suas actividades de vida diárias, envolvendo-os em actividades sociais que contribuam para preservar a memória e desenvolvimento do pensamento com capacidade funcional.
E, em todo o relacionamento com o idoso, sublinhou – “nunca esquecer o afecto”.
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