Dica é optar por alimentos leves, como proteínas e saladas
Manter uma dieta equilibrada durante o dia não adianta nada se, quando a noite chegar, você não resistir àquela escapadinha para beliscar algo. Caso o desejo seja por um prato mais pesado, o ideal é comer até as 20h no máximo, especialmente no caso dos carboidratos, e esperar pelo menos duas horas para se deitar. Depois desse horário, são recomendáveis apenas as proteínas (carne magra, ovos), saladas, e os alimentos que promovem o relaxamento do corpo, como maçã, alface, pepino, maracujá e determinadas ervas, como, a camomila e a cidreira. Ou, ainda os alimentos, como a banana, que são ricos em triptofano, que faz parte do processo de formação da melatonina, o hormônio responsável pelo sono. “Quando dormimos, o organismo tem tempo para o reparo. Ou seja, conserta os estragos do dia. Quando comemos uma refeição complexa (combinações de alimentos e carboidratos), o organismo vai digerir ao invés de realizar o restabelecimento necessário que o corpo precisa. Dá para se dizer que quando comemos a noite engordamos e envelhecemos”, afirma a médica nutróloga Paula Cabral, da Clínica Hagla.
Ela explica que à noite geralmente não se não gasta a mesma quantidade de calorias que durante o dia e o ritmo do metabolismo é mais lento. Por isso o processo é bem mais demorado e acaba sendo prejudicial. A dica é tentar não comer demais e dormir em seguida porque pode ter azia, má digestão e ainda engordar.
Segundo ela, o ideal é adotar uma dieta balanceada e saudável, evitando comer muito antes de se deitar, sobretudo os alimentos refinados, como arroz branco, farinhas brancas e pão branco, que também podem influenciar na má qualidade do sono por causa da sua alta absorção. “Esses alimentos provocam o aumento dos níveis de insulina e, assim, acionam o metabolismo. Logo, quanto maior for a refeição à noite, maior será o tempo de latência ao sono, pois a metabolização dos alimentos precisará ser mais longa devido à dificuldade de digestão. Isso ajuda a engordar, porque à noite ou dormimos ou iremos digerir”, afirma.
Muitas pessoas parecem sentir mais fome à noite do que durante o dia. De acordo com a médica nutróloga, o que ocorre, na realidade, não é fome, é uma zona de conforto. “Muitas vezes, no estresse do dia a dia, o ato de comer significa recompensa. Se a pessoa assume mais compromissos que consegue realizar, vai se sentir exausta e sem o sentimento de conclusão, por isso a comida é tão importante para ela, é a sensação de felicidade”, afirma. Estar num momento mais relaxado, vendo TV, ou outras atividades também faz com que se coma mais, porque não se percebe a quantidade de comida ingerida. “Como a pessoa está mais relaxada e despreocupada, acaba se permitindo involuntariamente a ficar mais tolerante e distraída. É preciso ter cuidado para que isso não se torne um hábito e, pior, uma compulsão que mascare até uma ansiedade e fuga dos problemas cotidianos”.
Mas se a pessoa acorda no meio da madrugada com fome, o problema pode ser mais grave. “A pessoa acorda de madrugada porque não está conseguindo relaxar por completo. A compulsão está ligada a situações que não se consegue resolver ou não pode controlar. A solução é mudar de rota, pois talvez este caminho não seja o adequado. A compulsão não é um problema de comida. É um problema na forma de enxergar os fatos. É necessário buscar orientação de um médico especialista se o problema persistir”, diz.
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