A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2011, divulgada em setembro, apontou que o total de idosos na população brasileira cresceu de 7,4% para 12,1%. O estudo ‘A saúde do Brasil em 2030 – Diretrizes para a Prospecção Estratégica do Sistema de Saúde Brasileiro’, coordenado e publicado pela Fiocruz, Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Ministério da Saúde, também indica que o Brasil será, em 2030, um país majoritariamente de idosos, que chegarão a 40,5 milhões, enquanto o número de jovens (de 0 a 14 anos) será de 36,7 milhões. Ou seja, haverá 110,1 idosos para cada 100 jovens, retratando o índice de envelhecimento da população.
Para lidar com essa população, um dos conceitos discutidos é o do envelhecimento ativo, que, segundo a coordenadora da Área de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann (leia a entrevista aqui), “emergiria como modelo para as políticas públicas por ampliar o foco de atenção para dimensões positivas da saúde, para além do controle de doenças.” A ideia é que a pessoa idosa tenha qualidade de vida em seu processo de envelhecimento.
Dentre as ações que o estado brasileiro, através do Ministério da Saúde, vêm realizando para a proteção da saúde da população idosa está uma elaborada no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Trata-se do Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso – Sisap-Idoso, cuja finalidade é municiar gestores e profissionais de saúde municipais, estaduais e federais com informações e indicadores que auxiliem a tomada de decisões e o planejamento de ações voltadas à população idosa.
Segundo Dália Romero, coordenadora do Sistema, o que levou à criação do Sisap-Idoso em 2008 foi a necessidade de se acompanhar as políticas nacionais e internacionais voltadas a esta população. “No Sisap-Idoso é possível conhecer as políticas públicas voltadas à pessoa idosa, ter acesso a documentos sobre o tema disponíveis em bibliotecas, gerar gráficos, inclusive comparativos, entre cidades e estados e, principalmente, consultar os dados de estados, municípios e regiões por ‘política’, ‘região’ e ‘palavra-chave’”, explica a pesquisadora.
“O Sistema tem metodologia transparente, com explicações para acadêmicos, gestores e quem se interessar pelo tema”, explica Dália Romero, que acrescenta que também é possível avaliar a qualidade da informação disponível no próprio Sisap-Idoso. Dália Romero afirma que o Sistema está em constante atualização e que há a preocupação de se auxiliar os gestores de saúde no uso do sistema. “Estamos em uma nova etapa, que é a realização de oficinas de capacitação para os coordenadores municipais e estaduais de Saúde do Idoso, em parceria com o Ministério da Saúde, que serão realizadas como curso de extensão do Programa de Pós-Graduação do Icict, nos dias 3, 4 e 5 de dezembro”, explica. Para a coordenadora, “a questão da informação é fundamental para o acompanhamento das políticas
públicas voltadas para o idoso”.
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