A pessoa idosa no contexto familiar


Na abordagem geral a esta temática, pretende-se sublinhar a importância e o papel da família centrado na pessoa idosa e da partilha de responsabilidade e de ação conjunta dos elementos familiares para a problemática do envelhecimento.


O envelhecimento da População constitui um dos maiores desafios que se colocam hoje aos sistemas de proteção social e da saúde em toda a Europa, paralelamente acentuado num visível decréscimo da população em idade ativa e no aumento da população com idade superior a 60 anos.

Assiste-se na conjugação de baixos níveis de fecundidade e de ganhos significativos na esperança de vida, contribuindo desta forma para um envelhecimento da população portuguesa.

Registe-se ainda que o ratio de dependência dos idosos ou seja a relação existente entre a população idosa e a população potencialmente em idade ativa (15-64 anos) praticamente duplicou desde a década de 60 até hoje registando-se em 2004, 25 idosos por cada 100 indivíduos em idade ativa e estimando-se a duplicação deste número em 2050.

Assim aos níveis de proteção social e da saúde, é incontornável a necessidade de se encontrarem medidas de adaptação e de integração face a estas realidades, de modo a serem garantidas formas de proteção e de acompanhamento adequados para estas áreas de importância vital. Pretendem-se criar condições para que se possa envelhecer com maior autonomia e dignidade, garantindo a sustentabilidade desses sistemas e numa partilha de apoio e de cuidados fundamentais ao nível familiar.

O envelhecimento define-se como um conjunto de processos fisiológicos que modificam a estrutura e a função do organismo a partir da idade adulta. Estas modificações bio-fisiológicas manifestam-se ao nível dos vários órgãos e sistemas, nomeadamente o coração, aparelho urinário e sexualidade e no funcionamento das glândulas endócrinas, com:

• Alterações estruturais e funcionais.
• Manifestações de patologias.
• Modificações na linguagem e na marcha.
• Diminuição das capacidades em geral.

A cultura familiar e de grupo constituem um conjunto de valores que vão servir de padrão ao individuo, a partir dos quais o idoso vai modelar os seus atos e comportamentos, exprimir os seus desejos e angústias, as suas crenças e ideais e que no fundo se constituem como fatores de bem estar social e de equilíbrio mental.

A Família e a própria sociedade devem exercer influências positivas nas pessoas idosas, de forma a proporcionar o melhor bem estar físico, psíquico, social e espiritual. Neste contexto o ambiente familiar é padrão chave para que o isoso se sinta aceite e dignificado na sua pessoa.

Na perspectiva humanística, seguramente a mais importante, merece-nos profunda reflexão sobre aspetos a ter em conta, da pessoa na 3ª idade:

Os idosos são e existem como seres diferentes;

Existem particularidades específicas entre homens e mulheres idosas, que o seu processo de envelhecimento merece especial atenção e diferente abordagem;

Os idosos não são imagem uns dos outros;

Cada pessoa tem um quadro de valores distinto, é única, cujo envelhecimento é influenciado:
- Pela condição social; pelo estado civil; pela situação geográfica (ambiente urbano / rural); pelo fato de ter filhos ou não; pelo fato de viver em casa própria ou na casa de outros …

Finalmente, permitam-nos apelar a aspetos como a solidariedade interfamiliar, ao respeito, carinho e ajuda que se deve aos membros mais idosos da família, à partilha de valores nascidos e fomentados no seu seio e que são sem dúvida, fatores que servem de suporte ao agregado e aos seus membros familiares.

- Só assim a FAMÍLIA se define e vive na sua originalidade e essência.

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