Sono e Envelhecimento


O sono é considerado uma das necessidades básicas do ser humano, isto é, se permanecer sem dormir e sem repousar poderá haver prejuízo para sua saúde e bem-estar. Os seres vivos se organizam por meio de pistas temporais provenientes do ambiente em que vivem, chamadas de ritmo pelos cronobiologistas. O ciclo vigília–sono é um ritmo circadiano(do latim circa diem, em torno de um dia), com pistas temporais (o claro durante o dia e o escuro durante a noite) contribuindo, entre outros aspectos, para a organização do padrão do sono. O ritmo do sono de cada ser humano em cada fase de vida tem características próprias. A quantidade de horas de sono que uma pessoa precisa ter varia com a idade: os bebês dormem cerca de 18 horas por dia, os adultos dormem cerca de oito horas por noite e os idosos dormem cerca de 6 horas principalmente os que não apresentam problemas médicos.

No envelhecimento o padrão típico de sono tende a ser substituído por um padrão mais fragmentado, com episódios de sono ocorrendo durante o dia, conhecidos como “sestas” ou “cochilos” intencionais ou não.
Os fatores que levam os idosos a apresentar queixas de alterações com o sono são: a diminuição da capacidade de dormir; aumento dos problemas respiratórios durante o sono; aumento da atividade mioclônica noturna (contrações musculares involuntárias e repentinas); mudanças da fase do sono; perturbações neuropsiquiátricas como depressão e demências; hábitos errados de sono, dor, limitação de mobilidade; refluxo gastroesofágico; causas iatrogênicas; causas ambientais diversas. Ocorrendo mudanças quantitativas e qualitativas do sono.
As pesquisas apontam que o idoso demora mais para adormecer, acorda várias vezes durante a noite, tem uma percepção de sono mais leve e menos satisfatório, apresenta despertar precoce e tem maior tendência a dormir durante o dia, intencionalmente ou não. Quanto ao tratamento com objetivo de melhorar a eficácia do sono, existem o farmacológico (prescrito pelo médico) e o não farmacológico. As modificações metabólicas e funcionais próprias da idade tornam o idoso mais vulnerável aos efeitos colaterais dos medicamentos, bem como a uma indesejável manutenção da sonolência durante o dia, aumentando a possibilidade de risco de queda, lentidão nas atividades de vida diária, lentidão no tempo de resposta aos estímulos psicomotor e cognitivo.
A literatura especializada traz a recomendação de que a utilização de sedativos e hipnóticos não seja a primeira a ser considerada para o tratamento dos distúrbios do sono. A prescrição deve ser feita com cautela. Os idosos podem melhorar a qualidade do sono utilizando algumas estratégias simples como manter uma rotina para se deitar e despertar sempre no mesmo horário, realizar atividade física regular, evitar ruídos, verificar se colchão e travesseiros são adequados, evitar alimentos próximos ao horário de deitar, ingerir alimentos leves e cuidar para não dormir com fome, tomar um banho com temperatura adequada à estação do ano, ouvir música suave e relaxante, fazer uma leitura respeitando o sono quando ele chegar. Essas orientações são chamadas pelos especialistas em medicina do sono de higiene do sono utilizado como um dos recursos de tratamento não farmacológico dos problemas de sono.

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