A implantodontia pode melhorar muito a qualidade de vida do idoso


A implantodontia foi desenvolvida e tem seu público alvo nos idosos, já que é a partir dos 60 anos que a perda dos dentes começa a se tornar um problema real. A técnica se caracteriza pela reposição dos dentes através de coroas fixadas em raízes artificiais. Foi a partir dos anos 60, inicio dos anos 70, que as técnicas mais avançadas começaram a ser desenvolvidas e fundamentadas cientificamente. Hoje, com os idosos (acima de 65 anos) representando 10,8% da população brasileira, ou seja, 20,5 milhões de pessoas – segundo dados do censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – fica evidente a necessidade de recursos voltados para a saúde e o bem-estar desta parcela da sociedade.
Desenvolvida especialmente para melhorar a qualidade de vida dos idosos (mas podendo ser aplicada em jovens e adultos, o que geralmente acontece em casos de acidentes), que até pouco tempo conviviam normalmente com a perda dos dentes, a técnica é, de longe, a que oferece melhores resultados tanto estéticos quanto de funcionalidade. O dentista do Instituto Rio Márcio Marques, que tem especialização, mestrado e é doutorando em implantodontia osseointegrada pela SLM-Campinas, diz que a declaração de quem opta pela prótese fixa é quase sempre a mesma: “Foi a melhor coisa que fiz, minha vida mudou”.
Apesar de saber da sua existência e até das vantagens, muita gente ainda tem dúvidas sobre o procedimento. Quanto tempo demora, como é a recuperação e em que casos é indicado, são alguns dos questionamentos mais comuns. Segundo o especialista, boa parte da população ainda acha que a reposição dos dentes é somente, ou principalmente, uma questão estética. “Quando o indivíduo percebe que pode, novamente, frequentar uma churrascaria com a família sem medo de passar vergonha, há uma mudança de postura diante da vida. Isso inclui os hábitos alimentares, que influenciam diretamente na saúde, já que com segurança a pessoa volta a mastigar alimentos sólidos, como as carnes”, pontua Márcio, ressaltando que diante da dificuldade em triturar a comida é comum que a pessoa passe a aderir a uma alimentação líquida e pastosa, deixando fora do cardápio alguns nutrientes importantes.
O engenheiro e professor José Roberto de Moraes, 58 anos, é mais um a afirmar que sua vida mudou para melhor após a colocação da prótese fixa. “O resultado é perfeito. Quando eu usava as próteses móveis (superior e inferior) não tinha força para cortar os alimentos e para comer um pão, por exemplo, era preciso cortar em pedaços. Além disso, engolia alguns alimentos inteiros por não conseguir mastigar direito”, lembra ele, sem esquecer que o especialista em implantodontia osseointegrada conseguiu fazer a reabilitação total de seus dentes sem a necessidade de enxerto. O procedimento utilizado pelo dentista foi o Protocolo de Branemark, conhecimento que o profissional teve a satisfação de adquirir com o próprio criador da técnica, o sueco Professor Doutor Per-Ingvar Branemark.
A prótese fixa pode ser unitária, parcial (de um grupo de dentes) ou total. O implante é o meio de fixação da prótese, ou seja, o substituto da raiz. “Trata-se de um parafuso de titânio. Para fazer o implante é preciso ter osso, caso contrário, será necessário também fazer um enxerto que dará sustentação”, esclarece o dentista. O próximo passo é fixar a coroa ou prótese, que é o dente artificial. Existem algumas formas de instalação e para decidir qual a melhor o especialista leva em conta a região, o caso clínico e a rotina do paciente.
José Roberto teve perda total dos dentes em função do agravamento da doença periodontal (que afeta as áreas de sustentação dos dentes, ou seja, gengiva, ligamento e osso). Diante das orientações equivocadas, da falta de conhecimento e de um profissional qualificado, sua primeira opção foram as próteses móveis. “Eu atrasei o processo porque não conhecia um dentista especializado e não tinha informações sobre a prótese fixa. Minha sorte foi que cheguei no momento certo até o Dr. Márcio, pois estava no limite”, revela José Roberto, que, na época corria o risco de ter que fazer enxerto, já que a parte óssea também já estava sendo afetada.
A maneira mais utilizada para a colocação da prótese fixa (a clássica) exige um intervalo de seis meses entre a colocação do implante e da prótese na maxila (parte superior) e de quatro meses na mandíbula (parte inferior). Durante este período a pessoa usa uma prótese provisória. “É o tempo necessário para que o organismo consiga aderir ao material instalado, afinal, são 150 Kg, em média, de carga mastigatória, o que exige que o implante esteja bem fixado no osso”, salienta Márcio.
Porém, os avanços da odontologia já permitem hoje uma redução significativa do tempo para a instalação completa, como foi o caso do engenheiro, que teve seu problema solucionado em três dias. “É um processo minucioso e os envolvidos são especialistas altamente qualificados. São feitos exames para identificar os pontos de apoio e eu compareci no consultório por três dias seguidos. Ao final eu estava com as duas próteses fixas (superior e inferior) completas na boca”, comemora José Roberto.
Hoje o método é simples e seguro, sendo importante que a pessoa siga as recomendações do dentista após a instalação do implante. Nas primeiras 48 a 72 horas, quando a região estará em processo de cicatrização, haverá inchaço da gengiva. O desconforto pode ser amenizado com a aplicação de gelo e a dieta deve ser exclusivamente líquida neste período. A pessoa fica 60 dias em dieta vigiada, ou seja, indicada e supervisionada pelo especialista.

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