Pesquisa aponta que idosos representam uma parte significativa de consumidores ativos no mercado brasileiro
Mais da metade dos brasileiros na terceira idade têm planos de conhecer as cidades e regiões mais famosas do Brasil. Uma pesquisa divulgada pela Quorum Brasil e realizada com homens e mulheres de 60 a 75 anos afirma que 58% dos entrevistados desejam viajar pelo País.
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Os números representam o grande potencial para o consumo. De acordo com a pesquisa, eles são considerados ativos, visto que representam 14% da população brasileira e são responsáveis por cerca de R$ 2,4 bilhões de renda própria.É o que afirma o economista e sócio-diretor da Quorum Brasil, Cláudio Silveira. "São consumidores que se tornaram mais velhos, mas que os hábitos continuam os mesmos", justifica.Entre os outros planos dos entrevistados, a pesquisa constatou que 33% desejam andar de moto, saltar de paraquedas, passear de balão, andar de lancha e pilotar de avião. Os outros 9% têm planos de comprar um carro, uma casa na praia, uma casa no campo, encontrar um namorado novo ou gravar um CD.A pesquisa concluiu ainda que é preciso reavaliar os critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para considerar uma pessoa de 60 anos de idade como idosa.
Desejo x realidade - Em contraste com estes números, está o investimento da renda dos idosos, que destinam apenas 4% do dinheiro que recebem para o lazer. De acordo ainda com a pesquisa, um total de 34%, ou seja, a maioria da renda, é gasta com moradia, água, luz, telefone e gás. Os remédios vêm em segundo lugar, à frente da alimentação, que aparecem com 24% e 22% dos investimentos, respectivamente.
Dentro deste cenário, Cláudio Silveira avalia que, mesmo com as dificuldades, o público representa mais que um grande potencial. "Eles não viajam mais por outra razão. Eles têm uma despesa muito grande e sobra pouco para o lazer. Se a gente tivesse planos mais econômicos para esse tipo de segmento de mercado, eles viajariam muito mais", completa o economista.Para que o público mais velho entre de vez e com uma boa participação no mercado turístico, algumas mudanças devem ser feitas. Entre elas, planos diferenciados para a terceira idade, custos menores de passagem e impostos reduzidos."O imposto sobre serviço não quer saber se você tem 70 ou 25 anos", afirma Silveira, ressaltando que os tributos aos idosos devem ser pagos baseados na renda que já é reduzida.Mesmo com a situação apresentada, o economista acredita que esta parcela da população representa uma boa parte das pessoas que viajam. "A maior operadora de turismo do Brasil calculou que 1,7 milhões pessoas idosas viajaram no ano 2011. O Governo Federal tem um plano voltado para os idosos e 700 mil pessoas viajaram no ano passado", comemora. Mas, de acordo com ele, o cenário poderia ser melhor. "O setor de viagem vai cansar de atender essas pessoas. Primeiro que é uma demanda reprimida muito grande, pois 58% quer viajar, mas apenas um terço deve ter conseguido essas viagens", estima.
Produtos e serviços - Dados da pesquisa apontam ainda que grande parte dos entrevistados sente falta de produtos adequados ao seu estilo. Um dos exemplos está na indústria alimentícia. De acordo com Silveira, "71% dos idosos dizem que não encontram alimentos que sejam adequados para eles. A indústria poderia se alimentar dessa oportunidade e construir caminhos, desenvolver produtos".
O setor vestuário também está entre as reclamações dos entrevistados e 42% das pessoas dizem que não encontram roupas adequadas ao seu estilo de vida. "Ele vai ter que usar roupa de uma pessoa de 80 anos, mas também não quer usar a calça jeans do quarentão. Ele não se sente velho", completa Silveira. Ainda dentro do segmento turístico, mais de dois terços dos entrevistados criticaram os hotéis. Entre as reclamações, estavam a falta de banheiros adaptados para a segurança, tapetes no chão dificultando o tráfego, e a falta de elevadores.
A pesquisa concluiu que os entrevistados representam uma grande parcela da economia Brasileira. Além do alto consumo, os dados apontam que 64% da categoria compra pela qualidade e não pelo preço. "É um segmento grande e tende a crescer", conclui o economista.
RENDA - 14% da população brasileira é formada por pessoas com idade entre 60 e 75 anos, que são consideradas ativas e respondem por R$ 2,4 bi de renda própria.
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