Portugal tem mais idosos e mais estrangeiros do que há dez anos


A população residente em Portugal aumentou dois por cento na última década e envelheceu a olhos vistos. Segundo os resultados definitivos dos Censos 2011, apresentados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, para cada 100 jovens, há 129 idosos. E a tendência não é animadora.

Portugal perdeu população em todos os grupos etários até aos 29 anos (Foto: Nelson Garrido)

De acordo com os dados recolhidos no recenseamento da população, a 21 de Março de 2011 Portugal tinha 10.562.178 habitantes, dos quais 52% eram mulheres. O crescimento de 2% da população em relação a 2001 (cerca de 200 mil pessoas) ficou a dever-se sobretudo à entrada de 188.652 imigrantes e não tanto ao saldo natural (número de nascimentos menos o de óbitos), que foi de 17.409 pessoas.

A percentagem de jovens recuou de 16 para 15% e a de idosos cresceu de 16% para 19%, acentuando a tendência para o envelhecimento da população. “É como um navio que se está a aproximar de um iceberg e não se consegue afastar”, afirma Anabela Delgado, coordenadora do Gabinete dos Censos do INE.

Olhando para a pirâmide etária conclui-se que o grupo de população com 70 ou mais anos teve um crescimento de 26% em dez anos. Por outro lado, Portugal perdeu população em todos os grupos etários até aos 29 anos. “Amanhã não vamos conseguir ter uma estrutura demográfica com mais vitalidade”, lamenta a responsável do INE, para quem esta tendência foi a mais “impressionante” nos resultados dos Censos.

A idade média da população aumentou três anos numa década: agora é de 41,8 anos. Diminuiu, por outro lado, o número de indivíduos em idade activa por cada idoso: passou de 4,1 em 2001 para 3,5 em 2011.

Sobre a população estrangeira residente em Portugal, que aumentou cerca de 70% em dez anos para 394.496, concluiu-se que há sobretudo jovens e adultos em idade activa (82% tem entre 15 e 64 anos). A comunidade brasileira é que tem maior representação no país (28% dos estrangeiros), seguida da cabo-verdiana (10%), da ucraniana (9%) e da angolana (7%). Esta última era, em 2001, a que tinha mais peso na população estrangeira a residir em Portugal (16%).

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